Historicamente a Amazônia brasileira tem um papel de destaque em relação aos aspectos culturais, naturais, políticos, econômicos e humanos. Para entendê-la, faz-se necessário compreender os eventos histórico-geográficos de apropriação socioespacial da Região Norte do Brasil.
O projeto de integração regional da Amazônia, desenvolvido pelo governo federal a partir de 1960 impôs a região Norte um rápido processo de transformação socioespacial a partir da concretização dos projetos de desenvolvimento econômico e de infraestrutura como a construção de rodovias, ferrovias, hidroelétricas, exploração mineral, expansão da agropecuária, da indústria, dentre outros.
Essas mudanças no curto espaço de tempo alteraram a dinâmica social ali estabelecida. Segundo Moraes (2000) a valorização do espaço provocou posteriormente a formação de um território, ou vários territórios, uma vez que houve um processo de destruição e construção a qual destruiu alguns aspectos característicos do lugar e impôs outras características.
Os projetos de desenvolvimento e a ocupação não foram feitos de forma planejada, pois não buscaram respeitar os interesses da população local, de tal modo que a concretização dos projetos provocaram conflitos de interesses de ordem socioambiental, entre os grupos de indígenas, fazendeiros, posseiros, e ribeirinhos que habitavam ou que migraram para a área.
Nesse sentido, (MORAES, 2000, p. 18.) aponta que “O território é um produto socialmente produzido, um resultado histórico da relação do grupo humano com o espaço que o abriga”.
Diante dessas contradições, percebemos que o processo de ocupação da Amazônia foi pautado na expansão das relações capitalistas, onde os poderes hegemônicos perpetuaram o movimento de segregação, provocando o acirramento das relações socioambientais entre os grupos sociais.
Nessa perspectiva, é que acreditamos que esta temática é emergente nas discussões geográficas, uma vez que pode contribuir de maneira significativa para o entendimento dos problemas socioambientais, bem como possibilitar uma reflexão acerca da construção de um projeto de desenvolvimento territorial que tenha como base o equilíbrio entre as relações humanas e a natureza.
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